segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Prefiro ser invisível


Primeiro ele chega com um sorriso largo, uma cara de bom amigo e conquista tua simpatia.





Depois ele começa a entrar no seu território com um ar de quem não quer atrapalhar, vai chegando, senta perto de você, puxa assunto, comenta o futebol, deseja feliz ano novo...



Quando você se distrai, pronto! Ele já não está mais só: está em bando e em turma, como uma matilha... Eles são muitos e quando você vê já invadiram tudo, atrapalharam o trânsito, tomaram todas as vagas disponíveis, lotaram os shoppings, formaram fila nos elevadores e supermercados, encheram os bares e restaurantes e te aprisionaram na tua casa.

Por fim, como um último golpe - o de misericórdia - eles sujam tua cidade, acabam com suas praias, estacionam em local proibido, formam fila dupla e deixam tudo quebrado, pixado e acabado por onde passam.

O nome dele?

O nome dele é TURISTA!


Texto dedicado aos MAUS Turistas. Claro que sempre existem os bons, que são educados e não deixam um rastro de sujeira e destruição por onde passam. Porém estes são invisíveis, eles não aparecem e nem se destacam porque não atrapalham o andamento e a vida dos moradores. 

Qual você quer ser? O visível ou o invisível?

Eu procuro sempre ser invisível.

Diga sempre por favor, obrigada, com licença. Não atrapalhe o trânsito e não estacione em locais proibidos. As pessoas moram, trabalham e têm suas vidas normais na cidade onde você passa suas férias. Jogue seu lixo na lixeira da sua casa. Leve sempre um recipiente pra recolher seu lixo na praia. Seja um bom turista invisível.
E como disse Álvaro Camargo Prado, a diferença entre o turista e o invasor é a educação e a falta dela. Antigamente os invasores diziam "sem mim vocês morrem de fome"; hoje, boa parte de quem dizia isso fica duas horas por dia no trânsito de sua cidade, vive mal, não tem direito ao descanso e nessa mirrada semana reproduzem nas cidades que visitam seu caos coletivo, conforme a Gisele Esteves Prado mostrou.
Queremos turistas, sim, mas detestamos os invasores.



Gisele Esteves Prado