quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Minha Vida... Minha história... Parte 2


Em 2001 eu resolvi mudar de vida. Mais uma vez! Resolvi abrir uma loja de produtos esotéricos em um minishopping popular que era de uma amiga minha e sua família A loja chamava-se Caldeirão Mágico e eu vendia produtos esotéricos, roupas indianas, bijouterias, presentes, entre outros produtos...
Nesse ano de 2001 eu consegui manter meu peso. Almoçava direitinho, tinha uma vida regrada. 
Logo depois, abrimos uma loja de brinquedos chamada Cantinho Mágico no mesmo shopping. Foi bom enquanto durou! 
Loja Caldeirão Mágico

Nesse mesmo ano, mais uma... Em final maio eu tive uma crise do ciático - herança familiar. Estava um pouco dolorida, andava com aquela dificuldade.

Fui com minha amiga a um aniversário. Como estava de carona, entrei no banco de trás do carro e fui "de bunda" até o canto do banco, na janela oposta. Senti um estralo na minha lombar, doeu um pouco, mas fui pra casa, tomei um voltaren e fui pra cama.

No dia seguinte, quando tentei levantar da cama, não consegui ficar em pé. Uma dor horrível e eu não conseguia me esticar. Gritei por ajuda, meu marido veio e me levou até o nosso quarto de TV. Chamamos a massagista que nos atendia na época, mas nada adiantava. Fiz massagem diariamente por uma semana, não melhorava. Se eu sentava minha perna esquerda começava a latejar, parecia que ia explodir! 

Só ficava bem deitada ou no banho, com água quente na minha lombar. Comia deitada e tomava uns 7 banhos por dia. Era o que me aliviava. Nunca fiquei tão limpinha... hahaha

Fiquei de cama uns 15 dias, sem melhora e meu marido me levou ao ortopedista. Ele radiografou e disse que eu havia "estirado" o ligamento dalombar. Mandou eu tomar uma injeção fortíssima, que só pode tomar 1 por mês de tão forte que é, e disse que isso tiraria toda a minha dor.

Pois sim, fiquei quase uns 15 minutos sem dor... Logo voltou a doer. Minha mãe me ajudava muito. Era ela que me vestia, que me dava comida e me fazia companhia.

Já havia passado mais de um mês e nada de melhorar. Na véspera do feriado de 9 de julho a minha amiga e hoje comadre Márcia, na foto, indignada com minha situação resolveu me levar a um acupunturista. Um chinês chamado Abe. Fui com ela de carro, um trânsito pela cidade - véspera de feriado - fui deitada no banco e gritando quando passava nos buracos.

O acupunturista me colocou em uma maca e mediu meu corpo apalpando com as mãos. Logo veio o diagnóstico: Ele disse que eu havia deslocado meu fêmur e que o mesmo estava sobre meu nervo ciático fazendo pressão.

Como ele sabia disso sem tirar uma radiografia? Sei lá! A essa altura eu queria era resultado!!! 

Ele me deitou de lado, subiu na maca, ficou em pé, pediu pra Márcia me segurar e me chutou com vontade mesmo na bunda. Chutou muitas vezes. Doeu pra ca... ramba! Senti o mesmo estralo que sentira no carro da minha amiga no dia que desloquei. 

Ele disse que eu ainda ficaria dolorida por uns dias. Na mesma hora eu já consegui sentar e voltei pra casa sentada normalmente no carro da minha amiga. À noite já fiz minha refeição sentada à mesa com minha família.

Mais um milagre que me contemplou pela vida! 

O Abe me explicou que as mulheres brasileiras têm pernas mais longas e que nunca deveriam andar de bunda no banco do carro. Isso poderia acontecer a qualquer um...

Estava tudo indo bem, no final de 2002 eu estava começando a emagrecer novamente, mas com muita dificuldade. Foi quando a Dra. Marisa sugeriu que eu deveria fazer a operação do estômago. Fiquei indignada! Achei um absurdo. Imagina! Eu nunca faria algo tão radical e invasivo!

Mas... nunca é muito tempo!

Em 2002 as coisas caíram um pouco na loja, foram ficando difíceis. Em dezembro de 2002 minha mãe saudosa e querida infelizmente se foi e eu perdi meu chão! Morreu assim, do nada! Saiu pela manhã com meu pai pra fazer compras e quando voltou, caiu morta no meio da sala. Perdi meu rumo... 

Resolvi então fechar as lojas que já não iam nada bem. Na foto ao lado eu e minha mãe em mais um momento feliz: Meu casamento. O bolo foi ela que fez! 

O ano de 2003 foi muito complicado. Tamanho foi meu baque que engordei 25 quilos em um ano. Durante um ano meu pai morou comigo. Por volta de outubro ou novembro de 2003, já farta de tudo e de todos, resolvi que tinha que sair de São Paulo. Aquilo estava me sufocando e eu não conseguia mais ver graça em nada sem minha mãe, pois ela era minha grande companheira pra tudo! 

Eu tive uma infinidade de momentos felizes com meus pais. Aproveitei muito a companhia da minha mãe. Íamos juntas pra todo lado, viajávamos juntas, foi uma vida bastante divertida, mas tenho uma dor em meu peito, lá no fundo, quando lembro dela. Ainda dói muito a saudade e às vezes choro quietinha no meu quarto... 

Foi quando surgiu a oportunidade de nos mudarmos pra Santos, pois o homem que era proprietário da casa que eu morava em SP, na Mooca, Sr. Sílvio, possuía uma apartamento em Santos e queria vendê-lo. Nos ofereceu, mas não tínhamos grana pra comprar. Fiz então a proposta de alugar.

Ele topou e nos mudamos pra Santos no dia 12/12/2003. Quando vi esta vista da minha varanda, não tive dúvidas! 

Já nessa época, assustada com o fato de ter engordado 25 quilos em uma ano, resolvi, depois de muita apurrinhação na minha ideia, fazer a tal cirurgia de redução do estômago.

Em agosto de 2003 eu encontrei a Thaís Delboni. Grande amiga e ex-terapeuta do Álvaro. Ela era obesa. Quase com o eu. Quando eu a encontrei, quase não a reconheci. Estava linda, magra, elegante, feliz. Uma outra pessoa. Então ela me incentivou a procurar pelo médico que fez a cirurgia dela. Um médico da equipe do Dr. Arthur Garrido, o Dr. Luiz Vicente Berti. Ela estava tão feliz, me falou tão bem de tudo que ela estava sentindo, que eu me senti motivada. 

Eu já vinha pesquisando sobre o assunto, lendo, me informando. Liguei pro consultório e marquei minha consulta pro dia 13 de outubro. Fui, ele me explicou o que era realmente ser obesa, me falou de todos os riscos da cirurgia, dos pontos positivos e negativos. Mandou-me fazer uns 40 exames. Fui fazendo todos, devagar. Estava arrumando as coisas pra me mudar pra Santos. 

Quanto aos risco, bem, eu li muito, pesquisei sobre o problema da obesidade. Esta é uma preocupação mundial. Mais de 30% da população do mundo é obesa. Pensei: "corro mais riscos sendo obesa do que em uma mesa de cirurgia..." Talvez eu estivesse enganada... 

Dia 12 de dezembro eu mudei pra cá. Acabei de fazer meus exames e voltei ao médico. Então foi tudo muito rápido. A médica que me atendeu marcou minha cirurgia pra 29/03. Faltavam 2 meses, eu achei que estava loooonge... Nem bem pisquei os olhos e pronto: chegou! 

No primeiro mês eu teria que fazer uma dieta só de líquidos, para que os pontos internos não cedessem. Depois de 1 mês passaria a comer normalmente, aos poucos. 

Estava com muito medo e não tinha certeza do que estava fazendo. No dia que fui internada eu senti uma coisa muito estranha, um misto de medo, preocupação e intuição de que algo daria errado. 

Já na maca, pra ir pra sala de cirurgia comecei a chorar e disse pro Álvaro que não queria mais fazer a cirurgia. algo dizia que não daria certo. Ele disse que era bobagem minha... me abraçou e eu fui... 

Me internei na segunda-feira (29/03/2004), subi pra sala de cirurgia às 15 horas, e algum tempo depois (não sei quanto, pois estava inconsciente), o médico chamou o Álvaro no Centro Cirúrgico. 

Acontece que quando ele abriu pra começar a cirurgia, ele localizou (com os olhos de Deus), um cisto no meu ovário que pesava 2,5 kg e tinha o tamanho de uma bola de futebol. Era um cisto muito grande e com muito líquido. Ele possuía 4 cavernas: duas com líquido mais claro e 2 com líquido mais escuro. Foi esse líquido escuro que preocupou muito os médicos. Poderia romper-se a qualquer momento. Aí seria fatal.

Pela aparência horrorosa do cisto (palavras dos médicos), eles acharam que fosse maligno. Fizeram uma primeira biópsia do tecido que deu negativo. Porém, ainda havia uma segunda biópsia a ser feita: a do líquido. Ainda havia uma possibilidade grande de ser maligno. O resultado só ficaria pronto em 10 dias e eu não fazia a menor ideia que ainda poderia estar com um tumor maligno. O Álvaro me poupou pra que minha recuperação não ficasse comprometida. 

Depois de 10 dias da cirurgia estivemos no médico e pegamos o resultado do tal exame: NEGATIVO!!! Graças a Deus, mais uma vez, estava livre de uma doença séria. 

Vocês devem estar se perguntando como ninguém nunca tinha visto tal cisto antes. Mas é que a parte visível dele, que apareceu no ultrassom, tinha 6 cm. Um tamanho que com tratamento ginecológico se resolve. Acontece que ele cresceu para dentro. Ficou escondido. Eu não sentia dores e minha menstruação sempre foi normal. 

Bem, voltando ao dia da cirurgia, o médico chamou o Álvaro para comunicá-lo e para perguntar se ele queria que continuasse e fizesse a cirurgia de redução do estômago. Mas ele mesmo disse que não seria recomendável, pois a anestesia poderia não durar tanto e a minha resistência cairia muito. Além do que, se o tumor fosse maligno, eu não resistiria a um tratamento de câncer com um estômago reduzido, assim foi o que o Dr. Luiz Vicente disse ao Álvaro. Claro que o Álvaro optou por não fazer a redução no meu estômago.

Deus encaminha a gente das formas mais estranhas, não é? Hoje eu tenho a certeza de que fui encaminhada, pelas mãos de Deus, para aquele hospital no dia 29/03. O dia do meu renascimento.

Não me sinto frustrada e em momento algum achei que o Álvaro tenha tomado a decisão errada. Era pra ser assim e foi. Até mesmo a euforia, a ansiedade para fazer a cirurgia passou... Sei lá, coisas da cabeça e do coração. 

Tive alta na quarta-feira (30/03/2004) pela manhã e fui pra minha casa em Santos. A recuperação foi muito lenta, foi um corte muito grande (23 cm) no sentido longitudinal. Vai desde o meio dos meus seios até o umbigo. Mesmo depois de 30 dias da cirurgia, ainda me sentia bastante debilitada e com algumas dores na cicatriz. Retirei os pontos no dia 22/04/2004. O médico disse que seria mesmo uma recuperação lenta e um pouco dolorosa, mas eu não reclamei, estou viva e isso é que importa! 

Apesar de o médico me garantir que a cirurgia que eu fiz é mais dolorosa no pós-operatório que a de estômago, todas as correntes e emanações positivas me ajudaram e durante os primeiros dias senti poucas dores. 

Não farei a cirurgia do estômago. A missão foi cumprida. Tinha que localizar o cisto e isso foi feito. Não é bom teimar com o destino e desafiar as mensagens recebemos. Estou bem e agradeço a Deus e todos que me olharam e ajudaram.

(Continua...)

É isso aí!  


Gisele Esteves Prado

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